26 julho 2006

Centro Apologético Cristão de Pesquisas - CACP

ISRAEL X PALESTINA – QUEM TEM DIREITO À TERRA?

Hoje essa tem sido a questão que não quer se calar; teria Israel direito à Terra da Palestina? Não seria Israel um invasor? Os palestinos não são historicamente anteriores à chegada dos Hebreus? No intuito de tentar dar uma pista sobre essa questão, disserto essa minuta, baseada em pesquisas feitas na Enciclopédia Barsa, em sites e livros islâmicos, em literatura secular, e de cunho teológico e revistas.

Localização Geográfica da Palestina

Palestina é a região que compreende a área geográfica situada entre o mar Mediterrâneo, a oeste, o deserto da Arábia, a leste, o rio Litani, ao norte, e o deserto de Neguev, ao sul. Dentro desses limites pouco precisos, inclui parte dos atuais estados de Israel, Jordânia e Egito. O pequeno território, com uma superfície aproximada de vinte mil quilômetros quadrados, constitui um corredor natural entre Ásia e África, muito disputado em todas as épocas, mais por sua posição estratégica que por suas escassas riquezas naturais. (Barsa)

Quem Foram os Primeiros habitantes da Palestina?

O Dicionário Bíblico de J. Davis descreve a etimologia da Palestina assim: “Os aborígines da Palestina eram indivíduos de uma raça robusta e de elevada estatura, de que faziam parte os enaquins – Js. 11:21-22; os refains – Gn. 14:5; os horreus, os emins, e os zanzumins – Dt. 2:10-23. Traços das primitivas raças continuaram a existir ainda quando Abraão ali chegou, todo o País era ocupado, principalmente, pelos amorreus e por outras tribos menores de Canaã; mas os filisteus e os fenícios ocupavam as costas do Mediterrâneo, e os heteus habitavam a fronteira norte e em Hebrom... a História primitiva da Palestina, antes da chegada de Abraão, é muito obscura...” (Dicionário Bíblico, J. Davis; página 441,Ed. Juerp). O que podemos notar na etimologia da Palestina é que ela era habitada por etnias diversas e descentralizadas, não podemos dizer que havia nessa região uma civilização estabelecida.

Historicamente falando, os Egípcios foram à civilização mais bem elaborada do mundo antigo; o povo Hebreu quando chegou a região da Palestina tinham um modelo vivo de civilização, além de uma Lei muita bem estabelecida pelo seu líder Moises, que era instruído em toda a ciência do Egito (At. 7:22). A conquista da Região fazia parte da lógica histórica; pois um povo mais evoluído e estruturado, só poderia dominar e implantar suas Leis e seu sistema. Foi isso que fez o povo de Israel, usando sua experiência empírica/divina, o apanhado tecnológico dos Egípcios, a sabedoria do seu “monarca” Moisés - a retórica histórica só poderia se confirmar, os estado de Israel seria estabelecido.

Toda história da Palestina foi desenrolada através do povo Hebreu, seria ilógico alguém querer arvorar que a Terra da Palestina não pertence aos Judeus. Além de Biblicamente, pois a Bíblia é clara sobre de quem é a terra (Gn. 12), a história não deixa dúvida, Israel tem direitos sobre aquela região. Dominou-a, dentro de uma ótica histórica aceita em âmbito geral, usando sua avançada ideologia de conduta moral, social e ética (digo isso, pois há vários países que foram instituídos da mesma maneira e ninguém duvida dos direitos dessas nações). Poderíamos dizer que Israel foi a primeira nação a elaborar um código de ética tão complexo e perfeito que sua ideologia passou por séculos e séculos e influência até hoje a nossa sociedade.

Resumo da História do Povo Judeu

O Povo da Aliança com Deus

O patriarca dos hebreus, Abraão, morava na cidade de Ur, na Caldéia, junto à foz do Eufrates, no século XX antes da era cristã. De lá, partiu para o norte, com seu pai, e recebeu a ordem de Deus: "Deixa teu país, tua parentela e a casa de teu pai, para o país que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu nome; sê tu uma bênção!" (Gn 12:1-2).

Após a chegada de Abraão à terra de Canaã (mais recentemente conhecida como Palestina, para os judeus Terra de Israel, e onde hoje se localizam o Estado de Israel e a Jordânia), Iavé estabeleceu com ele uma aliança: "À tua posteridade darei esta terra, do rio do Egito até o grande rio, o rio Eufrates" (Gn 15:18). E acrescentou: "Eu multiplicarei grandemente a tua descendência, de tal modo que não se poderá contá-la" (Gn 16:10). Como sinal dessa aliança lhe ordenou: "Que todos os vossos machos sejam circuncidados" (Gn 17:10). Abraão, seu filho Isaac e seu neto Jacó constituem a linha patriarcal de referência do povo judeu, fiel à aliança divina. Jacó recebeu do Senhor um novo nome, Israel, e de seus 12 filhos originaram-se as 12 tribos do povo judeu, os descendentes de Israel, ou, como se chamavam, os "filhos de Israel" (Bene Israel).

A segunda etapa decisiva da história do povo judeu começou com sua libertação da escravidão no Egito (século XIII a.C.), onde se haviam estabelecido na época da grande seca. Moisés foi o líder que, por ordem de Iavé, conduziu a marcha de quarenta anos através do deserto para voltar a conquistar a terra de Canaã. Durante a travessia do deserto, Moisés fixou a lei judaica, cujo núcleo foram os Dez Mandamentos, gravados nas tábuas recebidas de Deus no monte Sinai, que abarcavam as crenças, a moral, os rituais e a organização civil do povo. Essa lei, a Torá -- também chamada lei de Moisés, ou lei mosaica --, está contida no Pentateuco (Chumash), os cinco livros que constituem a primeira parte da Bíblia, e viria a ser a fonte de coerência e unidade do povo judeu e, todos os tempos e lugares.

Segundo a tradição, ainda nos tempos de Moisés surgiu a lei oral, que se transmitiu dessa forma ao longo de gerações e só foi registrada por escrito muitos séculos depois. Uma vez estabelecidos em Canaã, a Terra Prometida, cada tribo ficou com seu próprio território, formando dessas 12 tribos a nação de Israel. (Barsa)


Os Muçulmanos têm o Direito de Exigir de Israel a Devolução da Terra aos Palestinos?

Os islâmicos gostam de acusar a nação de Israel de extermínio e destruição das terras de seus irmãos palestinos - seria isso verdade? É obvio que os Palestinos estão maximizando muitos dos fatos; prova disso foi o caso do ataque judeu sobre Jenin (Incidente ocorrido no primeiro semestre do ano de 2002) . Alardearam que “um massacre” havia sido cometido contra civis palestinos, morrendo mais de 500 pessoas.

Entretanto, a verdade constatada mostrou que só 50 palestinos bem armados é que haviam sido mortos, mas Israel ficou com a fama de sanguinário. Acredito que se não fosse o fator - “islamismo”, palestinos e judeus estariam vivendo em paz, mas a fé em uma teologia antijudeu nunca deixará a paz brotar!

Os muçulmanos conquistaram a Palestina em 636, depois da batalha de Yarmuk, que pôs em fuga os exércitos bizantinos. Dois anos depois, o califa Omar entrou em Jerusalém e, de uma maneira “retalhadora”, permitiu a construção de uma mesquita no local onde existia o antigo Templo Judaico. Apesar dos islâmicos argumentarem que respeitavam os cristãos e judeus, os fatos mostram sua audácia desrespeitosa para com os que pensavam diferente.

O escritor Albert Hourani corrobora com o que estamos dizendo, vejamos: “Nos longos séculos de domínio muçulmano houve alguns períodos de perseguição constante deliberada aos não muçulmanos por governantes muçulmanos...” (Uma História dos Povos Árabes; Página 132; Cia das Letras). Essa realidade de perseguições e ditaduras implantadas pelo Islã expulsou definitivamente os Judeus da Palestina, com raras exceções de poucos que conseguiram resistir e permanecer. Ser Judeu ou Cristão em meios muçulmanos não era fácil: tinham que usar roupas que os diferenciavam dos muçulmanos; pagavam uma taxa extra por não serem islâmicos; sofriam sansões sociais imposta pelos monarcas; não podiam exercer cargo no governo; sinagogas e igrejas não podiam ser construídas, reformadas sem autorização do estado (também as sinagogas e igrejas não podiam ser mais suntuosas que as mesquitas e nem usarem as cores do Islã).

Devemos notar também o interesse militar que aquela faixa de terra despertava por ser geograficamente estratégica, ligando África/Ásia/Europa. Eliminar todos aqueles que pensavam diferente sempre fez parte das políticas ditatórias da história e não foi diferente nos governos islâmicos.

Dentro deste contexto, podemos admitir que o Islã não têm o direito de negar a Israel o seu estado. É obvio que a recíproca é verdadeira, e os Judeus não tem o direito de hostilizar os muçulmanos!

Embora sejam raros os países que abrigam muçulmanos e não tenham problemas com essa religião!


Faça o Que Eu Digo, Mas Não Faça o Que Eu Faço...

A hipocrisia sempre foi duramente criticada pelo Senhor Jesus (Mt. 23), entretanto, nessa questão das terras do oriente médio, hipocrisia é uma tônica tenaz e peculiar. Os muçulmanos são provas vivas disso, pois se agissem como querem que os judeus ajam seriam louváveis, entretanto na prática ficam longe da realidade.

Os Curdos: Os curdos formam o maior grupo étnico sem estado no mundo – cerca de 26 milhões de pessoas. Esse povo vive em sua maior parte nos territórios da Turquia, do Irã e do Iraque. Nesses países existem movimentos pela autonomia política dos curdos, o que tem provocado sérios conflitos... Esse povo sofre violenta repressão por parte dos governos turco e iraniano, que não aceitam sequer discutir a possibilidade de autonomia de seu território. (Geografia, Mirian & Miriam, Editora Nova Geração, Página 65, 2001).

Timor Leste: Por quatrocentos anos Timor Leste foi colônia portuguesa, e por isso os timorenses falam português — além da língua nativa, o tetum — e 88% deles são cristãos. Em 1975 o território foi invadido pela Indonésia, que o anexou no ano seguinte. As diferenças culturais (a maioria dos indonésios é muçulmana) e históricas fizeram com que a população timorense nunca se submetesse ao domínio indonésio, sendo constantemente reprimida com violência pelo governo ditatorial daquele país. No final de agosto de 1999, a ONU realizou um plebiscito no território, e 78,5% dos votantes optaram pela independência. O resultado causou reação violenta de grupos paramilitares armados e apoiados pelo Exército indonésio. As cidades foram destruídas, a população massacrada, cerca de 300 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas. Até o prédio da ONU foi reduzido a ruínas. Somente recentemente, uma força militar da ONU conseguiu dominar a violência.

A própria organização vai administrar o território no período de transição para a independência, durante o qual o país deverá ser reconstruído e reorganizado (Idem, página 88).

Poderíamos citar outros vários casos como; Kosovo, Caxemira, Paquistão, Irã/Iraque, Kuwait... O que queremos mesmos frisar é os dois casos acima; Os Curdos e os Timorenses, pois ambos se encontraram em situação semelhante ao caso Israel/Palestina. Os curdos são, como Israel, historicamente donos da terra, mas os muçulmanos - Turcos, Iraquianos e Iranianos não querem devolver a terra aos seus legítimos donos e desencadearam um massacre terrível e covarde contra esse povo. Eu me pergunto “Cadê a tão piedosa liga Árabe para defender os direitos humanos de seus irmãos curdos?”; “Cadê a imprensa internacional para questionar os direitos desse povo?”. São perguntas que não parecem ter resposta, mas a culpa dos atentados terrorista ao mundo Ocidental é de Israel que tomou a terra dos inofensivos palestinos, isso é repugnante! É de difícil aceitação tanta incoerência; e o mundo se aquieta a essa animosidade islâmica. Isso é um perigo! Os timorenses foram barbaramente massacrados, pisoteados e quase aniquilados por esses pacíficos islâmicos!


Como Surgiu o Novo Estado de Israel – O Movimento Sionista

O monte Sion, em Jerusalém, designava por extensão a nação judaica na Palestina. A volta a Sion, anseio milenar dos judeus ao longo de toda a diáspora, tornou-se um movimento político no final do século XIX, em resposta aos massacres de judeus russos pelo czar e à injusta condenação de Alfred Dreyfus por alta traição na França. Sionismo é um movimento nacionalista judeu que teve como objetivo inicial a criação e apoio a um estado nacional na Palestina, território da ancestral nação judaica -- Eretz Israel (Terra de Israel).

Organizou-se como movimento no final do século XIX, no leste e centro da Europa, mas tem raízes no ancestral apego nacionalista e religioso dos judeus à região histórica da Palestina. Nos séculos XVI e XVII, muitos "messias" pregaram a volta dos judeus à Palestina. No século XVIII, porém, predominou a idéia do haskalá (iluminismo), que defendia a integração dos judeus à cultura ocidental. No leste europeu, os judeus, contrários à assimilação e vítimas dos pogroms czaristas, formaram o movimento Hovevei Ziyyon (Amantes de Sion) para promover o estabelecimento de judeus na Palestina. O sionismo ganhou foro de movimento político com Theodor Herzl, jornalista austríaco que promoveu em 1897 o primeiro congresso sionista em Basiléia, Suíça. Herzl considerava a assimilação impossível, em vista do anti-semitismo, e via como única alternativa a formação de uma nação judaica num território unificado. O centro do movimento estabeleceu-se em Viena, onde Herzl publicava o semanário Die Welt.

Os congressos se sucederam anualmente até 1901 e, a partir de então, realizaram-se a cada dois anos. No início do século XX, o governo turco recusou a reivindicação de Herzl pela autonomia da Palestina e o movimento buscou apoio então no Reino Unido. Em 1903, o governo britânico ofereceu 15.500km2 de terras da desabitada Uganda para assentamento, mas os sionistas recusaram. Herzl morreu em 1904, e o centro do movimento transferiu-se para Berlim. Antes da primeira guerra mundial, os sionistas eram um grupo minoritário entre os judeus. O movimento criou jornais em diversos idiomas e impulsionou o que foi chamado de "renascença judia" em literatura e artes. A evolução da língua hebraica moderna ocorreu em grande parte durante esse período.

O fracasso da revolução russa de 1905 e a onda de pogroms e repressão que se seguiu levaram um número crescente de jovens judeus russos para a Palestina... A primeira guerra mundial reforçou o sionismo político e sua liderança passou aos judeus russos que viviam na Inglaterra. O movimento obteve do Reino Unido, em 2 de novembro de 1917, a Declaração de Balfour, que prometeu o apoio britânico à criação de uma pátria judia na Palestina. Nos anos seguintes, os sionistas construíram assentamentos judeus rurais e urbanos na Palestina, aperfeiçoaram organizações autônomas e solidificaram a vida cultural judaica e a educação hebraica. Em 1933 já eram vinte por cento da população da Palestina.

Os árabes, porém, temiam que a região se transformasse em estado judeu e promoveram a resistência armada ao sionismo e à política britânica de apoio ao movimento judeu. O nazismo e a exterminação em larga escala de judeus europeus na segunda guerra mundial converteram-se em mais um incentivo à emigração para a Palestina e ampliaram o apoio ao sionismo em muitos países, sobretudo nos Estados Unidos.

A criação do Estado de Israel em 14 de maio de 1948 levou à guerra árabe-israelense de 1948-1949, no curso da qual Israel conquistou mais terras do que lhe haviam sido destinadas por resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) e, no frigir da guerra, expulsou 800.000 árabes, que se tornaram refugiados conhecidos como palestinos. Assim, cinqüenta anos depois de seu primeiro congresso, o sionismo atingiu o objetivo de fundar um estado judeu na Palestina. Ao mesmo tempo, Israel tornou-se uma praça de guerra cercada de nações árabes hostis e ameaçada por organizações terroristas palestinas em atuação dentro e fora do estado israelense.

Nas décadas seguintes, as organizações sionistas de muitos países continuaram a dar apoio financeiro a Israel e a encorajar a emigração dos judeus. No entanto, a opinião radical dos ortodoxos israelenses, segundo a qual os judeus de outras nações estão no "exílio" e só podem viver em plenitude em Israel, é rejeitada pela maior parte dos judeus de todo o mundo.


Conclusão

Acreditamos que Deus está no controle de todas as coisas; acreditamos que se houvesse vontade política poderia ser resolvida a questão debaixo do bom senso. Conclamamos a todos os Cristãos para orarem pelos Judeus e pelos Palestinos para que Deus tenha misericórdia desses dois povos que ainda não conheceram a Graça de nosso Senhor Jesus Cristo.

Prof. João Flávio Martinez

Pastor, apologista , Graduado em História na FAECA de Monte Aprazível – SP.

Bibliografia e obras compiladas:

Miriam & Miriam, Geografia - Módulo 1, Editora Nova Geração, São Paulo, 2001.

Enciclopédia Barsa em CD Rom.

Albert H., Uma História dos Povos Árabes, Editora Cia das Letras, São Paulo, 2000.

Davis J., Dicionário Bíblico, Editora Juerp, 15o Edição, 1989.

Sites: www.islam.com.br, www.chamada.com.br .

· Matéria publicada em 2001

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