30 setembro 2006

O Deus Que Planta Sonhos...

Renato Vargens

“Ora disse o Senhor a Abraão: sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção: abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra”. (Gênesis 12:1-3)

Deus sabe que a vida é motivada por sonhos. Por isso sabiamente ele decidiu plantar em nossos corações as mais belas aspirações, os mais admiráveis desejos, além das mais esplêndidas expectativas. Na verdade, quando ele age desta maneira, o faz como um hábil agricultor que semeia boas sementes em terra fértil na expectativa de colher bons frutos.

O Senhor semeou no coração de Abraão a visão de uma família e de uma descendência que abençoaria nações inteiras. Não sabemos como Deus se revelou a ele, se foi por intermédio de uma teofania, se bradou dos céus de modo audível, ou se falou ao seu espírito como um cicio tranqüilo e suave, não importa! O que importa é que o Senhor falou com ele! E ao falar, injetou em seu interior a semente dos sonhos.

Com a semente criando raízes em seu coração, Abraão sentiu-se desafiado a mudar o rumo de sua história. Alguns acreditam, que por ter sido contemporâneo de Sem, filho de Noé, ele ficara sabendo quais foram os verdadeiros motivos do dilúvio, e conhecendo um Deus de tão grande poder, sentiu-se instigado a traçar um novo rumo de sua história aonde Deus se tornaria o seu orientador pessoal.

Depois de encontrar-se com o Senhor, Abraão passou a enxergar a vida de forma diferente, isto porque, fora tomado pela visão de uma nova terra. Esta visão, por conseguinte, fez com que muitos sonhos encontrassem espaço em seu coração. Os sonhos sempre nos impulsionam, nos enchem de desejos e vontade de lutar. Quando Deus planta sonhos em nossos corações, parece que a vida que antes era gélida, sem graça e sem cor se transforma numa efervescente primavera onde tudo são flores e alegria. Este sentimento de efusão faz com que sejamos tomados por um forte entusiasmo. Foi isto o que aconteceu com Abraão. Lá estava ele levando a sua vidinha numa repetitiva mesmice como um cidadão comum em Ur dos Caldeus, até que mediante a maravilhosa graça do Senhor pôde desfrutar da presença amorosa do único e verdadeiro Deus. Esta experiência proporcionou a Abraão uma radical mudança no seu modo de pensar, viver e agir. Deus tinha falado com ele, semeando em sua alma o sonho de abençoar nações. Devido a esta experiência, em vez de permanecer em sua cidade servindo a outros deuses, Abraão sentiu-se impulsionando a andar, caminhar, percorrer a terra, ir aonde Deus assim quisesse.

Quero afirmar-lhe que quando Deus planta sonhos no coração de quem quer que seja, este se sente incentivado e motivado a acreditar que vale a pena percorrer qualquer distância para alcançar aquilo que Deus de antemão preparou para ele. Entretanto, nem sempre a distância entre o nascimento e a concretização do sonho se dá de modo rápido como gostaríamos que fosse.

Deus fez a seguinte promessa a Abraão: “De ti farei uma grande nação...” (Gn 12:02). Com certeza, esta promessa motivou-o a sair de sua cidade, e de sua parentela e ir pra aonde Deus o quisesse enviar. Contudo, é importante que não esqueçamos que até então, Sara sua esposa, estava impossibilitada de ter filhos, pois era estéril.

Talvez ao ouvir Abraão contar a sua experiência com os anjos do Senhor, e como de forma tão clara Deus havia se manifestado, Sara tivesse sido tomada pela expectativa de que, no ano seguinte estaria com o seu filho no colo. Entretanto, a Bíblia nos afirma que não foi assim que as coisas aconteceram. Pelo contrário, o tempo passou e a cada ano, além do aparente tempo perdido, Sara esmorecia diante da impossibilidade de seu sonho se transformar em realidade.

Foram necessários aproximadamente 25 anos para que o sonho se cumprisse nas vidas de Abraão e Sara. Não são poucas as vezes que o sonho de uma família saudável, ou de um trabalho promissor ou de um ministério abençoador na igreja demora em se cumprir na vida da gente. Quantas vezes nos sentimos abatidos, ou desanimados diante das circunstâncias que teimam em nos afirmar que os nossos sonhos na verdade não passam de devaneios da alma.

Em situações assim, onde o tempo teima em resistir aos nossos sonhos, sentimos-nos desanimados e abatidos pela sua resignação em tornar-se realidade. Quando isto acontece, é extremamente comum o aparecimento daquilo que denomino de Destruidores de Sonhos. Estes destruidores aproveitam-se do hiato circunstancial que experimentamos, semeando na terra dos nossos corações um tipo de praga que a médio-longo prazo tem o poder de exterminar os nossos sonhos.

Soli Deo Gloria

Renato Vargens
www.igrejadaalianca.com
www.renatovargens.blogspot.com

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